31 julho 2007

Voltaram as Festas de Santo António

Com a aproximação do mês de Agosto, era sempre grande a azáfama na aldeia:
As mulheres caivam de branco as casas e os muros dos quintais; as costureiras ( A Maria Fitas, a Balbina, a Maria Manecas e outras) não davam maõs a medir para acabarem, nos dias aprazados, os vestidos para a festa que se aproximava;
Os alfaiates de Borba, de Vila Viçosa, e de Elvas viam-se gregos para aprontarem os fatos que o Escada (vendedor ambulante de fazendas de lã) havia vendido nos últimos meses.
Os festeiros andavam numa roda viva para terem, a tempo e horas, os bois para as touradas, a banda para a animação das festas e, sobretudo, o dinheiro para o pagamento das despesas de organização.
Durante anos e anos, o festeiro foi quase sempre o Zé Bajanca, sapateiro de profissão, que não era muito dado ao trabalho e que conseguia, com os lucros resultantes da realização das festas, alguns cobres que lhe permitiam suportar as despesas domésticas ao longo dos restantes onze meses do ano.
Mas o festeiro era ajudado por muita gente:
As raparigas e os rapazes que enrolavam os bilhetes para a quermesse e depois os vendiam na noite de arraial;
As mulheres que faziam as bandeiras de papel para ornamentação do adro e de algumas ruas;
O Zé do Músico que, invarialvelmente, preparava o adro da igreja com o coreto, a quermesse, as tômbolas e as bandeiras;
A população mais abastada que contribuia com as fogaças que os próprios arrematavam nas noites de arraial;
Os lavradores e seareiros que contribuiam com as suas esmolas em alqueires de trigo;
Os proprietários que emprestavam os carros de parelha e as zorras para se fazer o redondel onde decorriam as touradas;
Os rapazes que , quase sempre com o Mestre Mário à frente, se encarregavam da venda dos bilhetes para o dito espectáculo taurino e depois controlavam as entradas;
O povo anónimo que deitava na "bacia" as esmolas para o Santo António, verba que revertia para o festeiro e não para a igreja, como era de supor;
E, finalmente o abastado lavrador que emprestava os bois para a tourada à vara larga.
A festa começava no Sábado com a chegada da banda de música que vinha quase sempre de Elvas, de Veiros, do Vimieiro ou da vizinha colónia de Vila Fernando.
No Domingo e na Segunda-feira tinham lugar as cerimónias religiosas _ Missa Solene e Procissão em honra de Santo António - touradas e arraiais com fogo preso e de ar.
Mais modernamente, começaram a realizar-se os bailes em recintos fechados, a par de concertos musicais que ficaram apenas para os mais velhos e para os menos endinheirados.
Um dos pontos altos da festa tinha lugar imediatamente a seguir à tourada de segunda-feira - era o apregoar do pendão.
Acompanhado pela banda e por alguns dos seus colaboradores, o festeiro, do úlimo degrau da escadaria do adro da igreja, fazia , perate a população, o balanço dos festejos, agradecia a colaboração e perguntava: Quem quer pegar no pendão de Santo António para fazer a festa para o ano que vem, com mais aumento se puder?
Normalmente não havia candidatos e o amigo Zé Bajanca lá fazia o sacrifício de assegurar a festa por mais um ano.
Organizava-se então uma procissão com o pendão, empunhado pelos novos festeiros, até á residência de um deles, onde era oferecido um beberete.
O dito pendão ficava ali guardado até ao inicio das novas festas.
Outro momento alto era a tourada à vara larga.
Quando o gado era manso, a populaça exclamava em grande algazarra:
Venha o dono que também se agarra!
Mas se pelo contrário, o lavrador emprestava touros realmente bravos, havia feridos por tudo quanto era sitio, nem o ratadas de Vila Boim era capaz de os agarrar e todos refilavam que a corrida não prestara.... "porque não tnha havisto pega nenhuma"
No rescaldo dos festejos havia sempre uma almoçarada para o festeiro e colaboradores mais chagados e, quase invariavelmente, surgia o lamento de que o dinheiro nem sequer dera para as despesas....
Hoje em dia é diferente: há comissões de festas, na dependência da autarquia ou paróquia, e os lucros, bastante apreciáveis, revertem a favor da igreja ou de obras de beneficência.
Mas o progresso nem sempre é sinónimo de eficácia
Lembro-me de ouvir contar que, há alguns anos, na publicidade inserida no programa das festas, podia ler-se este anúncio caricato que teve honras de publicação no jornal "OS RIDÌCULOS":
Barbearia Central, junto ao recinto das festas fornece cortes de cabelo, barbas , pirolitos, laranjadas e cervejas; TUDO GELADO.
( Figuras e factos da Terrugem) João Ribeirinho Leal)

Pois é; este ano voltamos novamente a ter festas, e queremos assim dar os parabéns a quem as organiza de forma desprendida e sem qualquer tipo de contrapartida, sem ser o muito trabalho, de muitos e muitos dias e ainda nos próprios dias de festa (Aqui ainda mais trabalho) além de abdicar do tempo que poderia dedicar à família e amigos, para assim poderem oferecer 4 dias de puro divertimento à população e forasteiros. Um cartaz que junta tradição e inovação, que julgamos ser do melhor.Parabéns e que tudo corra da melhor forma possível.


30 julho 2007

Redondo Ruas Floridas


DE 28 Julho a 5 Agosto, o Redondo merece uma visita, em menor quantidade (34 ruas) mas a meu ver com melhor qualidade e criatividade do que Campo Maior. Penso que a melhor forma de compensar o enorme trabalho do povo; é a nossa visita, con a certeza de que não se vai arrepender.

27 julho 2007

Custom Circus Terrugem


Já te imaginaste numa Arena formada por veículos

só vistos no cinema e com cenas apocalípticas???
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Pois é!!!, Na Terrugem podes passar do Imaginário ao Real!!!
Esse ESPAÇO SURPREENDENTE está nas Festas de Verão


E vai ser neste cenário espectacular que decorrerá o FESTIVAL JOVEM

24 julho 2007

Terrugem2007

Uma Companhia Portuguesa que viaja num comboio de camiões antigos e com uma estética pouco habitual no nosso País, estará presente nas festas de verão de Terrugem.

Os conteúdos do Custom Circus são irreverentes e espectaculares.

O Custom Circus é um teatro diferente como tu nunca viste!!! Espectacular do inicio ao fim!!!
Fim que depois acaba numa festa com DJ's e Bandas Rock num espaço surpreendente e muito, muito ritmo.....

Visita
www.customcircus.com para "aguçares o apetite"

CONTAMOS COM A TUA PRESENÇA E A DE TODOS OS TEUS AMIGOS


23 julho 2007

19 julho 2007

O Famoso Chico dos Lobos

Para quem não conhece o Famoso "Chico dos Lobos" que fez furor na Terrugem nos anos 80, aqui está ele na nova faceta de actor / realizador, agora com o nome de "Chico Power" do melhor
Basta pesquisar no youtube, a palavra Terrugem e veja os seus magnificos videos, aqui fica o ex de como passar a ferro:
http://www.youtube.com/watch?v=gFZlbDPDXQ0

Força Chico

Rota da Morte

Vale a pena dar uma vista de olhos ao seguinte blog e ler o artigo: A ROTA DA MORTE e reflectir , reflectir , reflectir.
A isto se chama desenvolvimento, ou melhor. comparar isto a desenvolvimento é o mesmo que comparar o ARROTAR COM RECITAR POESIA......

16 julho 2007

Capa "Degredo ao Sul" Al berto


Tentativas para um regresso à terra.

O sol ensina o único caminho
a voz da memória irrompe lodosa
ainda não partimos e já tudo esquecemos
caminhamos envoltos num alvéolo de ouro fosforescente
os corpos diluem-se na delicada pele das pedras

falamos rios deste regresso e pelas margens ressoam
passos
os poços onde nos debruçamos aproximam-se
perigosamente
da ausência e da sede procuramos os rostos na água
conseguimos não esquecer a fome que nos isolou
de oásis em oásis

hoje
é o sangue branco das cobras que perpetua o lugar
o peso de súbitas cassiopeias nos olhos
quando o veludo da noite vem roer a pouco e pouco
a planície

caminhamos ainda
sabemos que deixou de haver tempo para nos olharmos
a fuga só é possível dentro dos fragmentados corpos
e um dia......quem sabe?
chegaremos

Al Berto

13 julho 2007

Capa do Livro de Al berto - Sobre Alentejo


Al berto - Alentejo

Antologia de textos de Al Berto sobre o Alentejo lançada amanhã em Lisboa 13.07.2007 - 16h56 Lusa
Uma antologia que reúne 48 textos literários do poeta e editor Al Berto sobre o Alentejo, intitulada "Degredo no Sul", é lançada sábado, em Lisboa, para evocar os dez anos da morte do "aprendiz de viajante".
O lançamento do livro, marcado para as 16h00 na Casa do Alentejo, resulta de uma edição conjunta da Assírio & Alvim, do jornal Diário do Alentejo (Beja), da associação Longitude Zero (Baleizão, Beja) e do Centro Cultural Emmerico Nunes (Sines). O responsável pela selecção dos textos, Paulo Barriga, explicou à Lusa que o livro pretende "homenagear e celebrar Al Berto, por ocasião dos dez anos da sua morte". Trata-se de um "livro de regressos" que, segundo Barriga, faz uma "breve viagem" por "algumas geografias assumidas por Al Berto", no litoral alentejano, mais precisamente em Sines, Vila Nova de Milfontes e São Torpes. "São textos literários que o autor achou imperioso situar e em que a nomeação do local onde foram conseguidos se torna quase tão relevante quanto a própria matéria poética", precisou. A leitura conjunta dos 38 poemas e 10 textos em prosa, salientou, é uma "experiência apreciável", que "desvenda" um "mapa confidencial" e uma "carta muito pessoal" associados a memórias e recordações de lugares, de pessoas e de imagens de Al Berto. Sines - ponto de partidaEntre os poemas, Paulo Barriga destacou "Mar-de-Leva", um conjunto de sete textos dedicados a Sines, nos quais Al Berto revela o "gosto a salmoura e destruição" que lhe ficou "na boca" com o "progresso" das "máquinas" do complexo industrial que "um dia chegaram para talhar a cidade". "Meditação em São Torpes" (1979), "Tentativas de Um Regresso à Terra" (1980), "O Último Habitante" (1983), "confissões e trajectos" à volta da Quinta de Santa Catarina e textos dispersos sobre Milfontes e a rua do Forte, onde viveu Al Berto em Sines, são outros dos poemas do livro. Da prosa, Paulo Barriga destacou "Degredo no Sul", o texto que dá nome ao livro e que Al Berto dedicou ao poeta de Beja Al-Mu'tamid, escrevendo "rumos" que apontam o caminho do Sul, "do exílio, da expatriação, da solidão. A antiga rota dos poetas/guerreiros árabes". Alberto Raposo Pidwell Tavares, que adoptou o pseudónimo de Al Berto, nasceu em 1948 em Coimbra, mas viveu a sua infância e adolescência em Sines, no litoral alentejano. Após um exílio em Bruxelas, entre 1967 e 1974, onde estudou pintura, Al Berto regressou a Portugal naquele último ano para se dedicar à literatura. Em 1977, publicou o primeiro livro de poemas, intitulado "À Procura do Vento no Jardim de Agosto". Cultivando uma poesia próxima do surrealismo, que articula o real com o imaginário, a sua obra lírica inclui títulos como "Uma Existência de Papel" (1985), "A Secreta Vida das Imagens" (1991) e "Horto de Incêndio" (1997). A obra poética de Al Berto, produzida entre 1974 e 1986, encontra-se reunida na antologia "O Medo", cuja primeira edição foi publicada em 1987. Considerada o "definitivo testemunho artístico" do poeta, a antologia foi galardoada com o Prémio PEN Clube de Poesia, em 1988. A "Medo" seguiu-se "Lunário" (1988), o único texto em prosa do autor, e "O Anjo Mudo" (1993). Al Berto deixou ainda textos incompletos para uma ópera, um livro de fotografia sobre Portugal e uma "falsa autobiografia", como o próprio autor a intitulava.
(Jornal Público)

10 julho 2007

Encierro Pamplona



02 julho 2007

San Fermin - Pamplona

Está quase a chegar a maior Festa do Mundo!