22 outubro 2008

Um milhão de fotos para Manuel Pinho


Um milhão de fotos para Manuel Pinho

A campanha Portugal "West-Cost"já tinha dado grande polémica e escândalo. Houve então uma natural indignação ao saber-se que o governo português, pela mão do ministro Manuel Pinho, tinha pago uma soma astronómica ao fotógrafo Nick Knight por umas fotografias trabalhadas em photoshop, sobre retratos de portugueses famosos. A campanha terá custado à volta de 1 milhão de euros e dava de Portugal não a imagem de um país, mas a imagem de uma marca. O conceito era retorcido e o resultado gráfico decepcionante: mal se reconheciam as caras dos portugueses de excelência num trabalho frio, sem referências à identidade de Portugal.
Os fotógrafos portugueses ficaram irritados. Foram trocados por um estrangeiro e deixaram de receber uma fatia generosa do Ministério da Economia. Também se algum português tivesse ficado com a encomenda jamais teria tido a lata suprema de pedir tais honorários. Manuel Pinho é um amador de fotografia, conhece e convive com alguns fotógrafos portugueses e a sua mulher é em grande parte responsável pelo BesPhoto. Percebe-se que tenha ido buscar uma truta estrangeira para fotografar Portugal. Por prestígio, gosto, e um evidente novo-riquismo pago cá pelos contribuintes. Já Duarte Pacheco nos anos cinquenta contratou o célebre fotógrafo Cecil Beaton para o fotografar no seu gabinete de Ministro das Obras Públicas, no Terreiro do Paço. O corporativismo não pode vingar neste tipo de opções, nem noutras claro. Mas quando depois o resultado é um desastre, alguém deveria assumir as responsabilidades. E aquela campanha foi desastrosa. Bastaria o pequeno pormenor de a campanha ter passado apenas em Portugal, estando a promover o país para estrangeiros que já cá estavam, para o seu objectivo ser de um ridículo atroz. Agora, parece que Manuel Pinho vai repetir a dose com outro fotógrafo que, porventura para não ficar atrás de Nick, vai facturar outro milhão!... Apanhado pela TVI na rua, Manuel Pinho começou às voltas sobre si próprio, como o senhor Faísca do Noddy, evitando responder à pergunta do repórter maçador. Balbuciou que era assunto do turismo e conseguiu sair à pressa da meada feita pelo jornalista. Perante tanta atrapalhação é de crer que vamos ter mais uns retratos extraordinários com um preço extraordinário. É verdade que a qualidade dos fotógrafos, e não só, não se mede ao retrato, nem a peso, nem a metro, mas uma campanha fotográfica de um milhão ultrapassa tudo o que se passa em produções fotográficas, mesmo em Hollyood. E para estar na moda, e brincar ao photoshop sobre umas fotos mal amanhadas, há por cá uma rapaziada que faz melhor e mais barato. E fica tudo em família.

Luiz Carvalho, fotojornalista do EXPRESSO

21 outubro 2008


20 outubro 2008


"Não é um livro qualquer, mas um livro raríssimo, proscrito, retirado do mercado e que, obviamente, não conhecerá mais edições: MATEUS, Rui, Contos Proibidos - Memórias de um PS Desconhecido, Lisboa, Dom Quixote, 1996." www.doportugalprofundo.blogspot.com
Com a crise nas editoras porque não a D Quixote editar este bombástico livro, a todos os interessados enviar mail para que a editora o edite novamente, ou a quem o possua que digitalize as suas melhores partes e publique na net...

Governo quer pagar 1 Milhão de € por seis fotografias!

Há menos de um ano, pagou-se 3 milhões pela campanha «Portugal West Coast» Um milhão de euros por 6 fotografias. A ideia é do próprio Governo português que, mesmo em tempo de crise, está a ponderar seriamente a contratação de um famoso fotógrafo norte-americano para vender a imagem de Portugal no estrangeiro, noticiou a «TVI».
Certo é que o prestigiado fotógrafo Steven Klein faz-se pagar e muito bem. Fazendo contas, caso a contratação vá para a frente, cada fotografia vai custar uma bagatela de quase 170 mil euros. Um milhão de euros por meia dúzia de fotografias e com direitos de utilização por apenas dois anos. Serão estes os termos de um contrato que a «TVI» sabe estar a ser negociado com o célebre fotógrafo americano Steven Klein.
O artista está no topo da fotografia mundial e é autor de campanhas publicitárias de nomes como Dolce&Gabanna, Calvin Klein e outras marcas de renome mundial.
É também o fotógrafo de eleição para Madonna e pode vir a ser o fotógrafo mais bem pago pelo Estado português. Isto, claro está, se for em frente o negócio da sua contratação.
A «TVI» diz que interrogou o ministro da Economia sobre o negócio, mas Manuel Pinho foi no mínimo económico nas respostas. O ministro sacode para o turismo de Portugal que por sua vez, e pela voz do presidente Luís Patrão, não confirmou nem desmentiu a existência deste negócio.

13 outubro 2008

O vasto e extravagante mundo dos pequenos gastos do Estado

12.10.2008 - 09h01 Ricardo Dias Felner
As compras feitas por organismos do Estado, nomeadamente por empresas públicas, autarquias e ministérios, revelam a existência das mais variadas necessidades, luxos e caprichos.Na listagem de contratações de bens e serviços feitas por ajuste directo, só nos últimos dois meses, cabem desde a compra de uma garrafa de detergente Sonasol, passando pelo carregamento de oito viagens de autocarro na Carris de Lisboa, até a serviços de restauração, no âmbito de eventos camarários, equivalentes a quase 70 mil euros. A alteração da lei da contratação pública permitiu que o ajuste directo possa ser usado para empreitadas de valor inferior a 150 mil euros, para a aquisição de bens e serviços abaixo dos 75 mil euros e para "outros contratos" de valor inferior a 100 mil euros. Utilizando-se um regime excepcional, como em "casos de urgência imperiosa", esses montantes podem ainda subir aos cinco milhões de euros. Ainda assim, o serviço de compras do Estado por ajuste directo - que desde 30 de Julho deste ano passou a obrigar à sua publicitação num portal do Governo na Internet - ainda não está a ser usado com regularidade, uma vez que muitas das aquisições não estão a ser feitas por esta via. São sobretudo algumas câmaras municipais que têm usado mais este expediente. As compras por ajuste directo não requerem qualquer concurso público, nem a consulta a mais do que um fornecedor, mas os contratos só produzem efeitos depois de publicitados no endereço http://www.base.gov.pt. Aí são apresentados os bens ou serviços comprados (nem sempre de forma esclarecedora) e os seus valores, bem como quem são os fornecedores e compradores.Gondomar sempre em festaDos cerca de 1600 registos que podem actualmente ser consultados, uma boa parte tem que ver com o pagamento de serviços no âmbito de festividades locais.A Câmara de Gondomar, por exemplo, tem levado este tipo de eventos muito a sério, nomeadamente quando se trata de alimentar os munícipes. Um serviço de restauração, contratado "no âmbito do programa Gondomar no Sameiro de Braga", em finais de Agosto, custou 67.742 euros. E, aparentemente, Valentim Loureiro, presidente da câmara, não quis que nenhum gondomarense deixasse de comer o petisco por falta de transporte - pelo "aluguer de vários autocarros", para o efeito, desembolsou mais 33.250 euros.A base de dados dos "ajustes directos" revela ainda que as câmaras são, provavelmente, quem mais contrata músicos e bandas portuguesas. E neste campeonato as desigualdades são gritantes. Voltando a Gondomar, três dias depois do evento no Sameiro, a câmara pagou 23.815 euros pela contratação de David Fonseca para cantar nas Festas do Concelho.O valor é mais alto do que o que Marco Paulo (20.400 euros) custou à autarquia de Lagos, mas mais baixo do que o montante que a mesma autarquia pagou de “cachet” à banda Da Weasel (28.200). Já a actuação de Rui Veloso levou da Câmara de Elvas 28.600 euros, um recorde entre os registos consultáveis no portal relativo aos ajustes directos. Na segunda divisão, em termos de custo de espectáculos, estão bandas e artistas como a fadista Ana Moura (9750 euros), Quim Barreiros (6250) ou os Wraygunn (8400). Vinho e decoraçãoHá, contudo, no portal muitas outras coisas para além de concertos pagos com o dinheiro dos contribuintes portugueses. Duas dessas compras, aparentemente mais extravagantes, provêm do Governo.O gabinete do primeiro-ministro, por exemplo, parece apostado em levar boa parte do “stock” do vinho tinto da Quinta do Vale Meão, um Douro já profusamente usado por José Sócrates durante a presidência portuguesa da União Europeia. Desta feita, no passado dia 2 de Setembro, foram adquiridos 6840 euros em garrafas, da colheita de 2006, "para oferta a entidades estrangeiras", directamente ao produtor Francisco Olazabal.Sucede que a compra pode ser um privilégio do primeiro-ministro. A Garrafeira de Campo de Ourique, uma loja-referência, em Lisboa, questionada sobre o preço da garrafa, respondeu que o Quinta do Vale Meão 2006 só começará a ser comercializado na segunda quinzena de Novembro. Este vinho, mas da colheita de 2004, foi o melhor classificado entre os vinhos portugueses no ranking anual da prestigiada revista norte-americana Wine Spectator, conseguindo a 19.ª posição.Bastante mais, no entanto, gastou a secretaria-geral do Ministério da Justiça em decoração. Oito carpetes custaram 22.265 euros numa compra concretizada no passado dia 22 de Setembro. O fornecedor foi a empresa Tapeçarias Ferreira de Sá, localizada em Espinho, especializada em tapeçaria decorativa, artesanal, através da técnica do nó manual. A qualidade da decoração portuguesa parece estar na origem de um outro pagamento mais inusual. Desta vez, trata-se da compra do serviço de "transporte de mobiliário e objectos pessoais", de um coronel do Exército, para Itália. O Estado-Maior General das Forças Armadas pagou 7300 euros pelo trabalho à Anditrans - Transportes Internacionais, Lda.

01 outubro 2008

Rui Guerra

Foto: www.toureio.com
Decorridas algumas décadas depois da Terrugem ter tido um cavaleiro amador, Joaquim Vinagre "Orelhas", grande aficionado à festa dos toiros que chegou a apresentar-se em público na Praça de Toiros de Elvas.
A esperança de vir-mos a ter um novo toureiro está aì de novo ; chama-se Rui Guerra e começou este ano as suas lides taurinas, apresentou-se pela primeira vez em São Cristóvão (Montemor) e agora em Santiago Maior (Alandroal) tendo deixado muito boas impressões. Esperamos agora a apresentação na praça da sua terra no início do próximo ano e que seja novamente um êxito. Um grande "OLÈ" para este jovem toureiro Alentejano e Terrugense.