13 maio 2010
12 fevereiro 2010
O POLVO

Fonte: alertaconstante.blogspot.com
05 fevereiro 2010
Sócrates é o nosso maior problema
Este Governo é cobarde ou irresponsável: está a preparar-se para fugir, ou está a fazer uma política de "terra queimada" para provocar eleições antecipadas já este ano.
Ontem, quando soube que Teixeira dos Santos ia fazer uma comunicação ao país, fiquei assustado. Mas "assustado" num bom sentido. Ou seja, pensei que teríamos finalmente um momento sério na política portuguesa. Perante as indicações que os mercados estavam a dar (basicamente, os mercados disseram que "vocês, portugueses, são crianças que não se sabem comportar à mesa de uma economia séria, por isso, acabou a festa"), pensei que o ministro ia falar ao país sobre assuntos sérios: como travar a dívida, como devíamos mudar de vida para conseguirmos, em conjunto, travar a dívida. Fui ingénuo.
Afinal, a comunicação do ministro abordou a farsa das Finanças Regionais. Este caso é uma farsa. Este caso é só um pretexto para José Sócrates criar uma crise artificial no país. Reparem numa coisa: o aumento da dívida pública em 2009 foi de 15.000 milhões de euros. O aumento previsto para 2010 é de 13.000. As finanças regionais representam... 100 milhões. Isto é uma farsa. Uma tempestade num copo de água destinado a criar uma crise política grave.
E por que razão o Governo quer esta crise política? Há duas hipóteses de resposta. Primeira hipótese, a hipótese da cobardia: este Governo, à semelhança de Guterres, quer fugir. A incompetência do Governo criou um pântano, e agora o mesmo Governo quer deixar a gestão do pântano a outros desgraçados. Segunda hipótese, a hipótese da irresponsabilidade: o Governo quer provocar eleições antecipadas já este ano. O Governo acha que somos todos idiotas, e quer encontrar uma nova maioria absoluta.
Como dizia Paulo Rangel, são estas as razões que levam Sócrates a desejar eleições antecipadas já este ano: (1) não quer dar tempo à nova direcção do PSD; (2) em 2011, a contestação social será maior; (3) Alegre e Cavaco não são candidatos de Sócrates, logo, o "efeito presidenciais" será sempre negativo para Sócrates.
Sócrates é incapaz de governar uma democracia madura, assente no compromisso. Sócrates só é capaz de impor a sua vontade de forma autoritária. Num dia negro para o país, Sócrates engendrou um teatro político destinado apenas a servir a sua sede de poder. Sócrates, meu caro leitor, é o nosso maior problema.
Henrique Raposo (Expresso) 5 Fevereiro 2010
02 fevereiro 2010
Mário Crespo
Aqui não há censura!!!
O Fim da Linha
Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa (Mas não foi!)
Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa (Mas não foi!)
04 janeiro 2010
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