18 março 2008

União Budista Portuguesa apela ao boicote de produtos chineses

A União Budista Portuguesa vai apelar ao «boicote sistemático à compra de produtos chineses, em Portugal e em todo o mundo». Paulo Borges, presidente da União Budista, disse ao SAPO que é preciso «fazer sentir à China que a sua política está isolada».
É nesse sentido que estão a convocar para amanhã, às 19h, uma manifestação frente à Embaixada da República Popular da China. «O intuito», explica Paulo Borges, «é continuar a manifestar, pacificamente, a nossa indignação perante o que se passa no Tibete».
Reagindo à possibilidade de renúncia de Dalai Lama ao cargo que ocupa, Paulo Borges diz que «Sua Santidade o Dalai Lama apenas coloca a hipótese de abandonar as funções de Chefe do Governo Tibetano no Exílio, caso o povo tibetano opte pela via da violência, mas nunca as de Dalai Lama, ou seja, de líder espiritual. Penso que é uma forma de se manter coerente com a sua opção pela não-violência, desde há seis décadas, e de mostrar à comunidade internacional não ser ele o responsável pela vaga de violência no Tibete.».
A
União Budista Portuguesa está ainda a promover uma petição online para que a Assembleia da República aprove uma moção de censura à sistemática violação dos Direitos Humanos e das Liberdades Política e Religiosa no Tibete, por parte do Governo Chinês.
«Sabemos que o governo português, tal como os governos mundiais, coloca em primeiro lugar as questões económicas e sacrifica por isso as cusas humanitárias», afirma Paulo Borges. A petição reuniu em 10 dias 4000 assinaturas, o que torna a sua discussão obrigatória por parte da Assembleia. «Esperamos que isto faça sentir aos nossos representantes que ao ignorarem a causa tibetana não correspondem ao sentimento profundo do povo português», remata o presidente da União Budista em Portugal.
Vera Moutinho@