14 junho 2007

A Festa dos toiros venceu!!! Em Santarém


Muito se escreveu e falou (e há-de falar) da XVI Corrida do Correio da Manhã, realizada no domingo em Santarém, na Monumental Celestino Graça. Um êxito memorável a todos os níveis. E se muitas eram as perguntas à volta da mesma e da própria iniciativa do autarca Moita Flores de recuperar aquela histórica praça de toiros, todas as respostas foram dadas. A saber:

1 – Que as autarquias onde a tauromaquia é uma realidade devem olhar para as corridas como para os concertos, sejam rock ou música (dita) pimba! Se pagam dezenas de milhares de euros aos artistas e estruturas, para que o público assista grátis ou pague barato, então também o podem e devem fazer à popular e também erudita festa de toiros, garantindo cultura, tradição, ambientes sadios para a juventude, garantido Portugal...
2 – Que a corrida mista (cavaleiros, forcados e toureio a pé) é ainda uma grande realidade nacional. Dizem que foi, de longe, o melhor dos três espectáculos (os outros dois foram sem matadores). E que grande parte do êxito se viveu com o jovem matador Luís Procuna, logo toureio a pé.
3 – Que é preciso romper com os cartéis repetitivos, podendo o público acreditar. Diziam alguns (...) que era um cartel inferior? Então tomem lá a resposta! O cavaleiro da terra, José Manuel Duarte esteve com a maior das dignidades, respondendo com classe àqueles que o têm afastado dos lugares cimeiros. Ana Batista disse por que razão tem história e está entre os três primeiros com mais actuações nas cinco últimas temporadas. Os Amadores de Lisboa honraram os pergaminhos dos forcados em si: em terras de Rhodes Sérgio, grandes pegas a quatro grandes ‘Castros’, à primeira tentativa, e até brindando ao cabo dos Amadores de Santarém, o que fez todo o sentido. A ganadaria de Ernesto de Castro prestigiou o elemento toiro e aquela arena, emocionando tudo e todos.
4 – Procuna deu também as mais puras e oportunas respostas aos que o trocaram na Praça do CNEMA, aos que o quiseram vetar na Monumental, aos que quiseram evitar o toureio a pé, aos que ignoram quanto o povo da festa se entusiasma com o bom e espectacular toireio a pé e bandarilhas, diante de toiros-toiros, deixando a arena por entre mais de dez mil pessoas num ambiente tal que facilmente se poderia ter organizado (...) a sua saída em ombros.
5 – A homenagem ao edil da Golegã, Veiga Maltez; o respeito por feitores e campinos, e pela memória do saudoso Celestino Graça; as ovações de pé até ao fim; tudo foram respostas a quem possa ter posto em causa o projecto de Moita Flores e da Misericórdia, com a colaboração de José Manuel Andrade e João Duarte. Serviu-se a tauromaquia nacional, Santarém, o Ribatejo e Portugal. E, claro, que demonstraram também o vigor e a dimensão do Correio da Manhã.
VINHAS, VEIGA E SÃO TORCATO, respectivamente, na Moita do Ribatejo, em Santarém (CNEMA) e Arruda dos Vinhos, foram ganadarias em grande destaque pelo excelente comportamento dos novilhos, que proporcionaram magníficos espectáculos com jovens artistas.CAMPO PEQUENO, em Lisboa, tem amanhã o 2º Concurso de Ganadarias, disputando-se um prémio para o melhor toiro e para a melhor pega (ver cartas). Duas situações que têm redobrado significado para os vencedores, por se tratar da arena da capital.

Maurício do Vale, Comentador (Correio da Manhã)